Pecuária é indicada como alternativa de investimento
A crise financeira mundial fez muitos investidores repensarem suas futuras aplicações. Quem imagina em retorno a longo prazo pode migrar para a criação de gado. A carne e o leite apresentam perspectivas de aumento de consumo nos próximos anos e transformam a pecuária em um negócio promissor no futuro. Segundo especialistas, a crise de alimentos evidenciada em 2008 aponta uma perspectiva muito grande para o mercado de carne e de leite nos próximos anos, quando deve haver deficiência da oferta dessas duas fontes de proteína para humanos. Para o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, a agropecuária tende ser um bom negócio porque o país reúne todas as condições para criar gado com baixo custo e qualidade. Mas ele alerta que o investimento deve ser planejado para buscas de ganhos a longo prazo. “É preciso tempo para aguardar o aumento de demandas e retorno do capital investido, que é alto inicialmente”, explica. Além da própria atividade, o investimento na pecuária pode apresentar ganhos com valorização do patrimônio. Segundo Tito Rosa, historicamente, investir em terra no Brasil tem sido um bom negócio, desde que o empresário escolha a região adequadamente. As características preferenciais são bom potencial agropecuário e possibilidades de expansão da área. “Atualmente, os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins são bem vistos, porque têm fazendas de expansão, com bom potencial e distantes da Amazônia”, diz o consultor. Tecnologia O planejamento de longo prazo também deve considerar investimentos crescentes em tecnologia. “Gado e leite são commodities que individualmente oferecem resultado baixo. É preciso ter escala de produção alta, o que requer aumento de área, alternativa mais complexa, ou de produtividade”, explica Tito Rosa. Para produzir mais, com o mesmo número de animais e sem aumentar espaço de terras, uma das tecnologias que pode oferecer resultados interessantes é a inseminação artificial, apontam os analistas. Segundo o gerente administrativo comercial da CRV Lagoa, Antônio Esteves Azedo, a genética superior gera descendentes com maior capacidade de produção de leite ou mais peso para abate. Conscientes dessas possibilidades, muitos produtores estão aumentando o uso da tecnologia no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), o consumo de sêmen cresceu 11,3% em 2007 em relação a 2006 – foram aplicadas 7,4 milhões de doses contra 6,7 milhões em 2006. Para Azedo, o resultado de 2008 tende a ser melhor. “Ainda não podemos fazer previsões, mas o desempenho da CRV Lagoa no ano mostra que a demanda cresceu expressivamente”. Touro rende até R$ 7,5 mil por semana com venda de sêmen A pecuária ainda oferece outra possibilidade de lucros futuros. A criação de touros com genética superior pode render negócios com a venda de sêmen, comércio realizado por doses. O lucro está associado à procura pelo material de cada touro. Um animal conhecido do mercado e com produção comprovadamente aprovada pode receber de R$ 25 a R$ 30 por dose – são de 150 a 350 por coleta, com recolhimento de até duas vezes por semana, se houver demanda alta. Se, hipoteticamente, um touro tiver demanda de 300 doses por semana, negociadas a R$ 25 cada, gerará lucro de R$ 7.500. Mas até chegar a esse nível, é preciso passar por um criterioso processo de seleção - além de investimento alto: os preços podem variar de R$ 3 mil a R$ 2 milhões por animal. “Quando os criadores gostam da produção do touro, os valores se elevam”, explica Antônio Azedo, gerente da CRV Lagoa.
Fonte: CRMV-MS
8 de out. de 2008
Postado por Hildo Filho às 05:04
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